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  • Foto do escritorLuiz Carlos Hauly

A hora da cobrança

Em Hong Kong, durante encontro da Organização Mundial do Comércio, o ministro-empresário Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, fez uma das mais contundentes críticas ao governo do presidente Lula desde sua posse, há mais de mil dias.


Disse ele: "O governo não faz sinalizações, não traça cenários objetivos, nem estabelece meios para atingi-los", segundo publicou o jornal "O Estado de S. Paulo".


Furlan é um dos mais paparicados ministros do governo Lula, sendo responsável pela tal abertura de novos mercados aos produtos brasileiros como 'mascate do Brasil'. A iniciativa, escorada na Lei Kandir promulgada no governo de Fernando Henrique Cardoso e que desonera as exportações, tem proporcionado um superávit comercial correspondente ao nosso parque fabril.


Furlan é um comerciante, e seu comentário (os esclarecimentos que fez depois não mudaram sua substância) focou o terreno das realizações do governo petista. Sob esta ótica, Furlan tem razão, toda a razão.


Prova disto é o desempenho medíocre alcançado pelo governo Lula, cujos números não permitem contestação: nos últimos 25 anos é o que promoveu menos investimentos. De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, a média de investimentos nos três anos do governo Lula é de R$ 11,6 bilhões, inferior ao do que menos investiu, o do general João Figueiredo, que foi de R$ 12,5 bilhões.


Ou seja: ao invés de proporcionar o que prometia em sua campanha eleitoral - o espetáculo do crescimento e dos 10 milhões de empregos, ansiosamente esperado pela Nação -, o presidente Lula está promovendo o espetáculo do encolhimento! Some-se a retração dos investimentos ao recuo de 1,2% no PIB no terceiro trimestre, o que levará a uma expansão deste índice de, no máximo, 2,6% este ano, e teremos o retrato do descalabro administrativo que caracteriza o governo Lula.


Sob a ótica política, no entanto - data vênia, senhor ministro - o diagnóstico de Furlan é inadequado. Pois desde 1º. de janeiro de 2003, quando tomou posse, Lula tem sinalizado claramente e estabelecido todo tipo de meios políticos para atingir seu objetivo-mor - a reeleição, razão e síntese de todos os seus atos na esfera política, que agora procura converter em realizações palpáveis.


A ordem dada por Lula ao ministro Palocci, de acelerar os gastos no final deste ano e ser mais generoso no ano eleitoral na liberação de verbas para obras de infra-estrutura é o quê, a não ser a "sinalização clara" e o "estabelecimento de meios" de que sua campanha à reeleição terá farta cobertura de recursos públicos?


A decisão de arregaçar as mangas talvez tenha sido tomada tarde demais. Lula e seu governo descem celeremente a ladeira da impopularidade, como acabam de constar dois institutos de pesquisa, o Ibope e o Datafolha.


A maioria dos brasileiros desconfia do presidente e rejeita o seu governo. Nesse item, outra pesquisa - realizada pela Globalscan a pedido do Fórum Econômico Mundial, apontou que, entre 15 países consultados, o governo que mais perdeu a confiança do eleitor foi o de Lula.


Para Lula e o PT, o dado mais terrível das pesquisas é o seu baixo desempenho junto ao eleitor que ganha até dois salários mínimos, justamente o maior beneficiário dos programas sociais que, herdados de FHC, foram transformados pela administração lulista em carro-chefe de suas esperanças reeleitorais.


A corrupção, demagogia, despreparo administrativo e a arrogância do governo Lula e do PT estão cobrando o seu preço.


LUIZ CARLOS HAULY é deputado por quatro vezes e secretário-geral do PSDB do Paraná

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